Cancer colorretal saiba mais
Na próxima semana, no dia 7 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Saúde. Para celebrar a data, nada melhor do que falar em prevenção de um tipo de câncer que é o segundo em casos de morte no ocidente, o tumor colorretal ou câncer do intestino grosso. Segundo a médica especialista em coloproctologia e diretora técnica da Clínica Lucano, Maria Cristina Sartor, quando detectado no começo, a sobrevida dos pacientes pode ultrapassar os 90%.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2010 são esperados 28 mil casos da doença, que fica atrás somente do câncer de pele do tipo não melanoma (114 mil casos novos), tumores de próstata (52 mil) e mama feminina (49 mil). A médica conta que com o desenvolvimento da colonoscopia, a partir da década de 80, a prevenção do câncer colorretal passou a ser realidade. “Tornou-se possível o tratamento de casos ainda precoces, alcançando-se a cura dessa doença”, explica.
A colonoscopia é a endoscopia de todo o cólon (intestino grosso), do reto e canal anal. Com a introdução de tubos flexíveis pelo ânus, são obtidas imagens de alta definição da mucosa do tubo digestório. O procedimento é capaz de demonstrar doenças localizadas no interior do intestino e fazer alguns tratamentos, como retirar pólipos (lesões precursoras) e pequenos tumores, cauterizar hemorragias, entre outros. Quando realizado sob sedação adequada, é seguro e indolor.
Além da colonoscopia, pode ser feito o exame de sangue oculto, porém o resultado não é tão preciso. A médica esclarece que esse teste consiste em colocar fezes em contato com corantes (guáiaco), se houver protoporfirina, um componente do sangue, haverá reação positiva. Para esse exame é necessária dieta durante três dias, sem ingestão de carne, corantes, vitamina C e aspirina. “Se for ingerida carne bovina, por exemplo, o resultado será positivo. Por outro lado, se o paciente tiver uma lesão no intestino, que não estiver sangrando nos dias do exame, não será detectada. Muitos pacientes terão resultados falso-positivos e falso-negativos”, comenta Maria Cristina.
Ela acrescenta que atualmente há testes especiais que só reagem com componentes do sangue humano, tornando-os mais eficazes e dispensando a dieta de três dias. “Mas se o exame for positivo, obrigatoriamente deve-se solicitar uma colonoscopia e endoscopia digestiva alta para examinar o esôfago, estômago e duodeno”, complementa Maria Cristina.
Os exames são indicados pelo médico, por isso é importante sempre procurar um profissional quando houver algum sintoma - sangramento retal de qualquer tipo, alteração na frequência das evacuações e características das fezes, dor abdominal, emagrecimento e anemia. “Os pacientes com sangramento retal ou sintomas no ânus e no reto, geralmente, acham que estão com problemas de hemorróidas e não dão importância ou sentem-se constrangidos em procurar ajuda. Deve-se, sempre, excluir as doenças cancerosas antes de fechar o diagnóstico de hemorróidas”, declara a diretora técnica da Clínica Lucano.
Já as pessoas que não têm sintomas e nem história de câncer na família, a partir dos 50 anos devem se submeter a exame de colonoscopia. Se o exame for normal, deverá ser repetido a cada 10 anos. Caso contrário, a frequência de exames será orientada pelo médico especialista. Antes dos 50 anos e nos intervalos das colonoscopias, os pacientes, quando necessário, poderão ser acompanhados com teste de sangue oculto anualmente.
Predisposição e vigilância
A diretora da Clínica Lucano conta que, hoje, entende-se que a maioria dos tumores do cólon e reto são genéticos, mas possuem alguns fatores facilitadores, como tabagismo, sedentarismo, obesidade, ingestão de certos alimentos com conservantes, gorduras insaturadas, álcool em excesso, pouca quantidade de fibras, entre outros. Alguns poucos deles também são hereditários.
Segundo ela, se o portador de câncer tiver menos que 50 anos, os parentes diretos deverão começar a investigação e vigilância com 10 anos a menos do que a idade do paciente índice. “Dentro da herança genética, além dos tumores colorretais, interessam, para indicar a vigilância, os tumores do útero (endométrio), bexiga, rim, estômago, ovário e mama”, analisa.
No caso de síndromes genéticas hereditárias dominantes, a maioria dos familiares pode ser afetada. Dentre as síndromes estão a polipose adenomatosa familial e o câncer colorretal familial não polipose. “O primeiro grupo começa a ter manifestações desde a infância. O tratamento é a retirada completa do cólon e reto antes do aparecimento do câncer. O segundo afeta indivíduos adultos, geralmente com mais de 40 anos. Também há indicação cirúrgica quando detectado. Estas doenças envolvem aconselhamento genético e até cirurgias profiláticas, o que assusta os familiares envolvidos, já que se trata de operações de grande porte”, descreve Maria Cristina.
As Doenças Inflamatórias Intestinais, especialmente a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, também devem servir de alerta para o câncer colorretal. Ambas estão diretamente ligadas ao início do tumor de cólon e reto, especialmente após o décimo ano da doença e quando o controle clínico for difícil.
Tratamento
Quando for diagnosticado o câncer, a cirurgia, endoscópica ou convencional, é a forma mais eficaz e segura de tratamento. Em alguns casos é necessário radioterapia e quimioterapia antes da cirurgia, especialmente nos cânceres do reto. Outros precisarão de quimioterapia após a operação. “Se o diagnóstico for precoce, não há necessidade de terapia adicional”, expõe Maria Cristina.
A especialista enfatiza que se houver atitude por parte da população, não é necessário chegar nessas fases de tratamento. “A maioria dos tumores do cólon e reto podem ser prevenidos. Para isso, é necessário atitude para melhorar os hábitos de vida e os comportamentos que possam facilitar o aparecimento dos tumores e em fazer os exames de prevenção recomendados pelas sociedades de especialistas. Só com a informação, vigilância e os exames de prevenção haverá diagnóstico de tumores mais precoces e ainda passíveis de cura, evitando incômodos e sofrimento”, afirma.
Edição:Enfermagem Simples - Fonte:paranashop
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2010 são esperados 28 mil casos da doença, que fica atrás somente do câncer de pele do tipo não melanoma (114 mil casos novos), tumores de próstata (52 mil) e mama feminina (49 mil). A médica conta que com o desenvolvimento da colonoscopia, a partir da década de 80, a prevenção do câncer colorretal passou a ser realidade. “Tornou-se possível o tratamento de casos ainda precoces, alcançando-se a cura dessa doença”, explica.
A colonoscopia é a endoscopia de todo o cólon (intestino grosso), do reto e canal anal. Com a introdução de tubos flexíveis pelo ânus, são obtidas imagens de alta definição da mucosa do tubo digestório. O procedimento é capaz de demonstrar doenças localizadas no interior do intestino e fazer alguns tratamentos, como retirar pólipos (lesões precursoras) e pequenos tumores, cauterizar hemorragias, entre outros. Quando realizado sob sedação adequada, é seguro e indolor.
Além da colonoscopia, pode ser feito o exame de sangue oculto, porém o resultado não é tão preciso. A médica esclarece que esse teste consiste em colocar fezes em contato com corantes (guáiaco), se houver protoporfirina, um componente do sangue, haverá reação positiva. Para esse exame é necessária dieta durante três dias, sem ingestão de carne, corantes, vitamina C e aspirina. “Se for ingerida carne bovina, por exemplo, o resultado será positivo. Por outro lado, se o paciente tiver uma lesão no intestino, que não estiver sangrando nos dias do exame, não será detectada. Muitos pacientes terão resultados falso-positivos e falso-negativos”, comenta Maria Cristina.
Ela acrescenta que atualmente há testes especiais que só reagem com componentes do sangue humano, tornando-os mais eficazes e dispensando a dieta de três dias. “Mas se o exame for positivo, obrigatoriamente deve-se solicitar uma colonoscopia e endoscopia digestiva alta para examinar o esôfago, estômago e duodeno”, complementa Maria Cristina.
Os exames são indicados pelo médico, por isso é importante sempre procurar um profissional quando houver algum sintoma - sangramento retal de qualquer tipo, alteração na frequência das evacuações e características das fezes, dor abdominal, emagrecimento e anemia. “Os pacientes com sangramento retal ou sintomas no ânus e no reto, geralmente, acham que estão com problemas de hemorróidas e não dão importância ou sentem-se constrangidos em procurar ajuda. Deve-se, sempre, excluir as doenças cancerosas antes de fechar o diagnóstico de hemorróidas”, declara a diretora técnica da Clínica Lucano.
Já as pessoas que não têm sintomas e nem história de câncer na família, a partir dos 50 anos devem se submeter a exame de colonoscopia. Se o exame for normal, deverá ser repetido a cada 10 anos. Caso contrário, a frequência de exames será orientada pelo médico especialista. Antes dos 50 anos e nos intervalos das colonoscopias, os pacientes, quando necessário, poderão ser acompanhados com teste de sangue oculto anualmente.
Predisposição e vigilância
A diretora da Clínica Lucano conta que, hoje, entende-se que a maioria dos tumores do cólon e reto são genéticos, mas possuem alguns fatores facilitadores, como tabagismo, sedentarismo, obesidade, ingestão de certos alimentos com conservantes, gorduras insaturadas, álcool em excesso, pouca quantidade de fibras, entre outros. Alguns poucos deles também são hereditários.
Segundo ela, se o portador de câncer tiver menos que 50 anos, os parentes diretos deverão começar a investigação e vigilância com 10 anos a menos do que a idade do paciente índice. “Dentro da herança genética, além dos tumores colorretais, interessam, para indicar a vigilância, os tumores do útero (endométrio), bexiga, rim, estômago, ovário e mama”, analisa.
No caso de síndromes genéticas hereditárias dominantes, a maioria dos familiares pode ser afetada. Dentre as síndromes estão a polipose adenomatosa familial e o câncer colorretal familial não polipose. “O primeiro grupo começa a ter manifestações desde a infância. O tratamento é a retirada completa do cólon e reto antes do aparecimento do câncer. O segundo afeta indivíduos adultos, geralmente com mais de 40 anos. Também há indicação cirúrgica quando detectado. Estas doenças envolvem aconselhamento genético e até cirurgias profiláticas, o que assusta os familiares envolvidos, já que se trata de operações de grande porte”, descreve Maria Cristina.
As Doenças Inflamatórias Intestinais, especialmente a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, também devem servir de alerta para o câncer colorretal. Ambas estão diretamente ligadas ao início do tumor de cólon e reto, especialmente após o décimo ano da doença e quando o controle clínico for difícil.
Tratamento
Quando for diagnosticado o câncer, a cirurgia, endoscópica ou convencional, é a forma mais eficaz e segura de tratamento. Em alguns casos é necessário radioterapia e quimioterapia antes da cirurgia, especialmente nos cânceres do reto. Outros precisarão de quimioterapia após a operação. “Se o diagnóstico for precoce, não há necessidade de terapia adicional”, expõe Maria Cristina.
A especialista enfatiza que se houver atitude por parte da população, não é necessário chegar nessas fases de tratamento. “A maioria dos tumores do cólon e reto podem ser prevenidos. Para isso, é necessário atitude para melhorar os hábitos de vida e os comportamentos que possam facilitar o aparecimento dos tumores e em fazer os exames de prevenção recomendados pelas sociedades de especialistas. Só com a informação, vigilância e os exames de prevenção haverá diagnóstico de tumores mais precoces e ainda passíveis de cura, evitando incômodos e sofrimento”, afirma.
Edição:Enfermagem Simples - Fonte:paranashop
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