Fluoxetina: um antidepressivo que não serve para emagrecer

A fluoxetina é um medicamento antidepressivo que pertence à classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS). Ela age aumentando a disponibilidade de serotonina no cérebro, um neurotransmissor que regula o humor, as emoções, o sono e o apetite. A fluoxetina é usada para tratar diversos transtornos psiquiátricos, como depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, bulimia nervosa, síndrome do pânico, entre outros.

No entanto, a fluoxetina não é indicada para o tratamento da obesidade. Embora alguns estudos tenham mostrado que a fluoxetina pode causar uma redução modesta do peso corporal em alguns pacientes, esse efeito é transitório e não se mantém a longo prazo. Além disso, a fluoxetina pode provocar efeitos colaterais indesejáveis, como náuseas, insônia, diminuição da libido, ansiedade, tremores, entre outros.

Portanto, o uso de fluoxetina para emagrecer é inadequado e potencialmente perigoso. A obesidade é uma condição complexa que envolve fatores genéticos, ambientais, comportamentais e psicológicos. O tratamento da obesidade deve ser baseado em uma abordagem multidisciplinar, que inclui mudanças no estilo de vida, orientação nutricional, atividade física regular, acompanhamento psicológico e, se necessário, intervenção farmacológica ou cirúrgica. A fluoxetina não faz parte desse arsenal terapêutico.

Indicações da fluoxetina

A fluoxetina é indicada para o tratamento dos seguintes transtornos psiquiátricos:

  • Depressão maior: caracterizada por um estado de humor persistente ou recorrente de tristeza, desesperança, culpa ou perda de interesse pelas atividades habituais. A depressão pode afetar negativamente o funcionamento social, ocupacional ou acadêmico do indivíduo.
  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC): caracterizado por pensamentos intrusivos e repetitivos (obsessões) que causam ansiedade ou desconforto e comportamentos compulsivos (compulsões) que visam aliviar essa ansiedade. As obsessões e compulsões são reconhecidas pelo indivíduo como irracionais ou excessivas, mas são difíceis de controlar ou resistir.
  • Bulimia nervosa: caracterizada por episódios recorrentes de ingestão excessiva de alimentos (binge eating) seguidos por comportamentos compensatórios inadequados para evitar o ganho de peso, como vômitos autoinduzidos, uso de laxantes ou diuréticos, jejum ou exercício físico intenso. A bulimia nervosa está associada a uma preocupação excessiva com o peso e a forma corporal e a uma baixa autoestima.
  • Síndrome do pânico: caracterizada por ataques recorrentes de medo intenso ou terror (ataques de pânico) que surgem abruptamente e sem motivo aparente. Os ataques de pânico são acompanhados por sintomas físicos como palpitações, sudorese, tremores, falta de ar, náuseas, tonturas ou sensação de desmaio. Os ataques de pânico causam medo de ter novos ataques ou de suas consequências.
  • Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM): caracterizado por sintomas emocionais e comportamentais que ocorrem na fase lútea do ciclo menstrual (entre a ovulação e a menstruação) e que interferem no funcionamento do indivíduo. Os sintomas mais comuns são irritabilidade, ansiedade, depressão, alterações de humor, fadiga, insônia, alterações do apetite e dor nas mamas.

Efeitos colaterais da fluoxetina

A fluoxetina pode causar diversos efeitos colaterais, que variam em frequência e intensidade de acordo com a dose, a duração do tratamento e a sensibilidade individual. 

Os efeitos colaterais mais comuns da fluoxetina são:

  • Náuseas: sensação de enjoo ou ânsia de vômito que ocorre em 12% a 29% dos pacientes.
  • Insônia: dificuldade para iniciar ou manter o sono que ocorre em 10% a 33% dos pacientes.
  • Sonolência: sensação de sono ou cansaço excessivo que ocorre em 5% a 17% dos pacientes.
  • Nervosismo: estado de agitação ou inquietação que ocorre em 6% a 14% dos pacientes.
  • Ansiedade: estado de medo ou preocupação excessiva que ocorre em 5% a 15% dos pacientes.
  • Cansaço (fadiga): sensação de falta de energia ou disposição que ocorre em 6% a 11% dos pacientes.
  • Tremor: movimento involuntário e oscilatório de uma parte do corpo que ocorre em 5% a 21% dos pacientes.
  • Diminuição da libido (desejo sexual): redução ou perda do interesse sexual que ocorre em 1% a 11% dos pacientes.
  • Diarreia: aumento da frequência e da consistência das fezes que ocorre em 8% a 18% dos pacientes.
  • Boca seca: diminuição ou ausência da salivação que ocorre em 6% a 16% dos pacientes.
  • Diminuição do apetite: redução ou perda da vontade de comer que ocorre em 4% a 17% dos pacientes.

Outros efeitos colaterais menos comuns da fluoxetina são:

  • Dor de cabeça
  • Tontura
  • Sudorese
  • Constipação
  • Vômitos
  • Dispepsia
  • Erupção cutânea
  • Prurido
  • Urticária
  • Aumento do apetite
  • Ganho de peso
  • Anorexia
  • Hipoglicemia
  • Hiponatremia
  • Síndrome da secreção inapropriada do hormônio antidiurético (SIADH)
  • Alterações da função hepática
  • Alterações hematológicas
  • Alterações eletrocardiográficas
  • Hipertensão
  • Hipotensão ortostática
  • Palpitações
  • Taquicardia
  • Hemorragias
  • Disfunção erétil
  • Ejaculação retardada
  • Anorgasmia
  • Distúrbios menstruais
  • Galactorreia
  • Ginecomastia
  • Convulsões
  • Síndrome serotoninérgica

Reação anafilática

A maioria dos efeitos colaterais da fluoxetina tende a diminuir ou desaparecer com o tempo, mas alguns podem persistir ou se agravar. Por isso, é importante informar o médico sobre qualquer reação adversa que ocorra durante o tratamento com fluoxetina. O médico poderá ajustar a dose, trocar o medicamento ou prescrever medidas para aliviar os sintomas.

Conclusão

A fluoxetina é um antidepressivo eficaz para o tratamento de vários transtornos psiquiátricos, mas não é indicada para o tratamento da obesidade. O uso de fluoxetina para emagrecer é inadequado e potencialmente perigoso, pois pode causar efeitos colaterais indesejáveis e não tem eficácia comprovada a longo prazo. O tratamento da obesidade deve ser baseado em uma abordagem multidisciplinar, que inclui mudanças no estilo de vida, orientação nutricional, atividade física regular, acompanhamento psicológico e, se necessário, intervenção farmacológica ou cirúrgica. A fluoxetina não faz parte do tratamento da obesidade, pois não tem eficácia comprovada a longo prazo e pode causar efeitos colaterais indesejáveis. A fluoxetina é um antidepressivo que deve ser usado apenas para as indicações aprovadas pelo órgão regulador e sob orientação médica. O uso indevido da fluoxetina pode trazer riscos à saúde e não garante resultados satisfatórios na perda de peso.

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A fluoxetina é um medicamento que deve ser usado com cautela e sob orientação médica, pois pode causar diversos efeitos colaterais. O uso indevido da fluoxetina pode trazer riscos à saúde e não garante resultados satisfatórios na perda de peso. O tratamento da obesidade deve ser baseado em uma abordagem multidisciplinar, que envolve mudanças no estilo de vida, orientação nutricional, atividade física regular, acompanhamento psicológico e, se necessário, intervenção farmacológica ou cirúrgica. A fluoxetina não faz parte desse arsenal terapêutico.

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