Assistência de enfermagem aos pacientes com síndrome de Guillain Barré: um desafio emergente

Síndrome de Guillain Barré
A síndrome de Guillain Barré (SGB) é uma doença neurológica rara e grave, que afeta os nervos periféricos responsáveis pela sensibilidade e pelo movimento do corpo. A SGB causa uma inflamação dos nervos, que leva à fraqueza muscular, formigamento, dormência e, em casos mais graves, paralisia. A causa exata da SGB é desconhecida, mas muitas vezes está associada a infecções virais ou bacterianas anteriores, como dengue, zika, chikungunya, influenza, HIV, entre outras.

Surto de Guillain Barré no Peru

Recentemente, o governo peruano declarou emergência nacional de saúde por 90 dias devido a um surto incomum de casos de SGB no país. Segundo o Ministério da Saúde, o número de mortos pela síndrome subiu para quatro e os casos ultrapassaram 180 entre janeiro e julho. A emergência abrange as 25 regiões do país e visa facilitar a compra de imunoglobulina, um medicamento usado para o tratamento da doença.

Não se sabe ao certo o que provocou o aumento dos casos de SGB no Peru, mas alguns especialistas sugerem que pode haver uma relação com a pandemia de covid-19, que afetou fortemente o país nos últimos meses. Outra hipótese é que as infecções por dengue, zika e chikungunya, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, possam ter desencadeado a resposta autoimune que leva à SGB.

Como cuidar dos pacientes com SGB

Os pacientes com SGB precisam de uma assistência especializada e multidisciplinar, que envolve médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde. O objetivo é monitorar as funções vitais, prevenir complicações, aliviar os sintomas e promover a recuperação funcional.

Os cuidados de enfermagem aos pacientes com SGB incluem:

Manter as vias aéreas livres e verificar a necessidade de suporte ventilatório mecânico, pois a doença pode comprometer os músculos respiratórios e causar insuficiência respiratória;

Monitorizar os sinais vitais, a oxigenação, a pressão arterial e a frequência cardíaca, pois a doença pode afetar o sistema nervoso autônomo e causar alterações hemodinâmicas;

Controlar o balanço hídrico e administrar a hidratação adequada, pois a doença pode causar alterações na função renal e na excreção de líquidos;

Administrar a medicação prescrita pelo médico, que pode incluir imunoglobulina intravenosa ou plasmaférese (troca do plasma sanguíneo), analgésicos, anticoagulantes e outros;

Colaborar com a fisioterapia através da realização de exercícios passivos e ativos nos membros paralisados ou enfraquecidos, para prevenir deformidades, contraturas, atrofia muscular e tromboembolismo;

Assegurar uma nutrição adequada, que pode ser feita por via oral ou enteral (sonda nasogástrica ou nasoentérica), dependendo do grau de comprometimento dos nervos cranianos que controlam a fala, a mastigação e a deglutição;

Manter uma comunicação efetiva com o paciente através de gestos, leitura labial ou outros recursos disponíveis, pois a doença pode dificultar ou impedir a fala;

Promover o alívio da ansiedade e do medo através da informação clara sobre a doença, do apoio emocional e da inserção familiar;

Promover a higiene oral e corporal no leito, a massagem de conforto, a mudança de decúbito e o uso de colchão pneumático, para prevenir úlceras de pressão, infecções e outras complicações;

Cuidar das sondas e cateteres venosos, observando a eliminação urinária e intestinal, a integridade da pele e a prevenção de infecções.

Conclusão

A SGB é uma doença grave que requer um atendimento rápido e especializado. O papel da enfermagem é fundamental para garantir a qualidade da assistência e a segurança dos pacientes. A SGB tem um prognóstico variável, mas a maioria dos pacientes se recupera totalmente ou com sequelas leves. A prevenção da SGB passa pelo controle das infecções que podem desencadear a doença, como as transmitidas pelo Aedes aegypti.

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